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segunda-feira, 21 de maio de 2007

O Singular Mundo de Charlie McNormand

É, eu não pintei! E daí, vai encarar!xD
Futura Condessa de Plainfield. Ou não.
Nascida em uma noite de 5 de Janeiro (1850) de vento e neve, Charlenne McNormand era filha do Conde de Plainfield, nobre já vivido e um pouco decepcionado pelo fato de que, pela segunda vez em sua vida, perdera a chance de arranjar um herdeiro do sexo masculino, legítimo, de seu nome e título.
Já em tenra idade, Charlie, como foi apelidada pelos mais íntimos, apresentava estranhas características incomuns às meninas - e, dependendo, até a meninos... Como o gosto estranhamente acentuado pelo paranormal e pelo mórbido em geral. Ao invés de fugir de rãs e cuidar de passarinhos feridos, a menina preferia abri-los e dissecá-los. A família também se preocupava com a sua mania de passar noites em claro, uma vez que isso prejudicava as suas visitas diárias às casas de outros nobres, além de deixá-la com marcas terríveis sob os olhos, apenas corrigidas com muita maquiagem...
Em sua festa de apresentação à sociedade, declamou um poema por ela escrito, sobre "a morte, a fugacidade da vida e a necessidade de aproveitar os momentos de forma intensa, sem levar em conta as correntes da sociedade moderna". A partir daquela data, sempre que a lista de convidados de uma festa ultrapassava o número cabível ao orçamento, Charlenne era a primeira riscada.
Era tida como uma garota inteligente, afinal sabia cálculos um pouco mais difíceis do que os ensinados por sua tutora - além de falar francês fluentemente e inglês melhor do que muitos ingleses... De fato, a moça tinha significativa participação na contabilidade da casa. Por conta disso, sabia ela que a sua rica família se encontrava à beira do abismo da decadência, principalmente por culpa dos dispendiosos bailes organizados por sua mãe.

Quanto à vida amorosa, os poucos pretendentes que lhe apareciam (e não desistiam) eram dispensados rapidamente, para desespero do seu pai.
Trocava correspondências com um primo que residia em Paris, John Dorian. Aliás, era esse mesmo rapaz que lhe havia dragado para o mundo obscuro do ultra-romantismo; era ele quem lhe mandava poemas e contava as maravilhas e os dissabores da juventude parisiense. Também discutiam política, Literatura e música através dos escritos, como velhos amigos. Ele prometera ensinar bridge à prima, assim que ela viesse visitá-lo, assim como fariam uma sessão de piano juntos, uma vez que ambos tocavam.

Aos 18 anos, Charlenne convencera ao pai de que, tendo em vista a decadência financeira da família, seria interessante mandá-la a uma "universidade para moças" que existia na França e iniciava mulheres no mundo dos negócios. Evidentemente que tal coisa não havia nem na França, nem em qualquer lugar do mundo... Mas seu pai, pouco informado acerca disso, concordou em mandá-la para Paris. A resistência maior foi a sua mãe (menos informada que o pai), que só se tranqüilizou com a promessa da filha de não abandonar as visitas diárias, e criar laços com as nobres francesas...
A única exigência da garota teria sido a companhia do mordomo, James Sullivan, 30 anos de serviços a família McNormand, única pessoa disposta a apoiar incondicionalmente, inclusive em suas bizarrices românticas, a senhorita McNormand. Ambos ficariam na casa do tio de Charlie, August, pai daquele mesmo John Dorian com quem a moça se correspondia. Sendo o tio um professor universitário, a garota, que já havia combinado tudo, aprenderia com ele o que os garotos aprendiam na universidade, incluindo o latim e o grego.

A verdade é que a iniciação de Charlenne na boêmia francesa não foi tão glamurosa quanto o esperado por ela...
Seu livro de crônicas foi recusado por todas as editoras as quais havia ido, pois, vindo de uma mulher, não falava sobre "coisas femininas", de maneira que sua publicação não parecia viável.
Também sua primeira visita a um legítimo café francês (tão comentados pelo seu primo) havia sido decepcionante. Ao tentar iniciar contato com um grupo de jovens, aparentemente intelectuais, foi repelida, pois era, segundo os rapazes, "feia demais para uma meretriz" e "pouco masculina demais para ter qualquer opinião". Além de que, claro, não trazia bebidas como as garçonetes...

Questionando seu primo sobre as más experiências, este, pasmo, disse que nunca havia tido tais problemas, como homem. A partir da última porção da afirmação do rapaz, Charlenne entendeu qual o problema com as suas vontades e ações. Aos olhos de todos era "só uma mulher".
Pois, então, agora seria homem, pensou. O homem que assinava os livros de crônicas e poemas e que também freqüentava cafés, sendo normalmente bem recebido e estimado por intelectuais, era conhecido como Charles McNormand, o Charlie.
Alguns sabiam ou desconfiavam do real sexo do "escritor, poeta e boêmio". Mas muitos nem sequer comentavam sobre isso, uma vez que em certo ponto das conversas esse detalhe pouco importava. E era mais divertido vê-la gastando energia, tentando bancar o homem...:)

Aos 19 anos, em 1869, Charlenne encontrou, no Café Le Procope, um determinado grupo de jovens de múltiplas personalidades, nacionalidades, e com opiniões distintas.
Nesse cenário, os personagens que o freqüentavam iriam desencadear algumas discussões e situações.

[Outros personagens nos blogs de:
Luis Felipe (David Waters), Paula (Annabelle Deneuve), Real (Jean Battisti), Atarão (Adão Luis) e Bertarello (Indrid Cold Power Hill).;D
EDIÇÃO: Imitando a Ju Mêes, que teve a brilhante idéia de associar músicas à sua personagem, também tenho algumas para caso alguém se interesse pelo processo de composição da Charlie...
A primeira é relativa à idade dela, àquela fase de vida: 19-Sai, do cantor Shikao Suga (em japonês - vocal masculino). A segunda é tirada de uma trilha sonora, e acho que complementa o visual da época: Quasi Charleston for piano and violoncello, da compositora Hirano Yoshihisa (instrumental). A terceira é a que fala mais sobre a personalidade dela: Little Miss, do grupo Bôa (em inglês - vocal feminino). E a última não fala sobre nada em especial, mas eu estava escutando enquanto escrevia (^^'): Künstliche Welten, do grupo Wolfsheim (em alemão - vocal masculino). É isso! Escutem se puderem!;) ]

Versão feminina X Versão masculina.
Que lixo, hein!xD

domingo, 20 de maio de 2007

Representações do Japão

Como não falar de como a História do Japão é retratada atualmente?:D
Saindo um pouco do meio acadêmico e passando por Literatura e Cinema, existem diversas obras que nos ajudam a compreender um pouco (ou suscitam mais dúvidas, mas enfim...^^') sobre esse país que é, aos olhos de muitos, exótico.
Vou iniciar pelo produto estrangeiro, que é o mais consumido, inevitavelmente...

O Fim!
Perto do fim!
O Último Samurai ("The Last Samurai") pega justamente o período inicial da Era Meiji, com um Japão se modificando a todo vapor, com aqueles costumes antigos sendo abolidos e recriados, com as pessoas tendo que se adaptar à ocidentalização do país. Uma curiosidade sobre o filme é que, apesar de deixar implícito que os soldados japoneses foram inicialmente treinados por norte-americanos, na História real, quem os treinou foram os prussianos (alemães). E, bem, é óbvio que em "O Último Samurai" dá a entender que a modernização do Japão trouxe vícios comuns à sociedade ocidental: dinheiro, sede de progresso, etc. E é verdade. Mas também é verdade que samurais como o Katsumoto (Ken Watanabe *¬*) não eram a constante no Shogunato. Os samurais eram cobradores de impostos, alguns respeitados porque seguiam efetivamente o bushidô (código de honra), mas também havia bastante corrupção e abuso de poder. Então, não devemos ver tudo isso com ingenuidade e acreditar que teria sido melhor o Shogunato continuar. Complementarei isso quando falar de Samurai X...;)

Taka e Katsumoto.
Koyuki e Ken Watanabe, em O "Último Samurai".
Shogun também é uma obra (no caso um livro dividido em 6 edições que foi transposto em forma de série para a TV) produzida no Ocidente. Escrita por James Clavell, é anterior ao filme acima, tanto em data de lançamento (1975), como em época histórica retratada (Japão feudal, por 1600). A história trata do inglês John Blackthorne, capitão de um navio holandês de comércio, que acaba sendo capturado pelos japoneses. Bem, após muitos acontecimentos, Blackthorne (nomeado Anjin - "piloto" - pelo pessoal nipônico que não conseguia pronunciar o nome dele...:D) acaba assimilando diversos costumes, e inclusive aprendendo um pouco da língua. Assim, ele ganha respeito e, ao mesmo tempo, aprende a respeitar aquele povo tão diferente. Só pude ler um pedaço do segundo livro da série (>.<), mas já o adorei pelo fato de os personagens utilizarem efetivamente palavras e frases em japonês, além de que é possível também descobrir mais detalhes sobre a cultura do lugar. A série de TV foi lançada em 1980 e teve como intérprete do capitão Blackthorne o ator Richard Chamberlain (o mesmo de "Pássaros Feridos", pra quem assistia a série no SBT...xD), além de um aclamadíssimo ator japonês, Toshiro Mifune, representando o senhor Toranaga, personagem que seria a representação de... Tokugawa Ieyasu!\o/

Poster da minissérie.
"Shogun", de James Clavell.
Agora, do ponto de vista japonês, um dos diretores mais aclamados do meio foi Akira Kurosawa, com seus filmes sobre samurais e honra.
Com extensa filmografia, influenciou diretores norte-americanos e europeus, além de ter sido também influenciado por eles. Entre vários excelentes filmes - Rashomon, Os Sete Samurais, Yojimbo, Sonhos -, vou falar sobre os que vi sem me estender muito.
O primeiro, Ran ("Caos"), é baseado em uma peça de Shakespeare, Rei Lear. Conta a história de um senhor feudal do século XVI no Japão que resolve dividir os bens entre os filhos. Entretanto, assim como na peça do dramaturgo inglês, os filhos mais velhos decidem guerrear entre si achando que merecem mais que os outros irmãos; o mais novo deles, tentando se manter fiel ao pai, é banido por este e por seus irmãos. O interessante de ver a transposição dessa obra clássica para o cinema japonês, é que a história se presta perfeitamente à época e mesmo ao lugar onde se passa. Também é bom observar a participação da esposa de um dos irmãos na batalha; mais do que uma simples figura secundária, ela aparece como uma perfeita manipuladora, fator importante para o desenrolar do filme.
O segundo filme que assisti foi Kagemusha ("A Sombra do Guerreiro"). Esse filme é baseado numa situação e numa personagem histórica: a Batalha de Nagashino (1575) e o daimyô Takeda Shingen. Novamente aparece aí o Tokugawa Ieyasu. É ele adora aparecer...:D
O daimyô Takeda Shingen, de um clã frágil, com necessidade de uma figura forte, está a beira da morte em um momento crítico e sabe disso. Se seus soldados não tiverem a sua figura para manter o espírito de luta, a guerra contra Tokugawa e Oda (duas figuras históricas, wow!) estará perdida. Eis que surge um ladrãozinho barato e sem honra nenhuma...:P
Só que o detalhe é que ele é simplesmente IGUAL ao daimyô morimbundo. Pelo menos em aparência... Para escapar de ser condenado e morto, ele tem que se submeter a um treinamento para se passar por Shingen; mas com a morte do senhor feudal, esse treinamento tem que acontecer "na marra". E assim acontece a verdadeira incorporação dos ideais e atitudes de um digno daimyô em um reles bandido, agora seu kagemusha...
Bem, ainda falta muito para que eu me torne expert em Akira Kurosawa, mas só pelos filmes que vi, recomendo que vocês assistam algo se têm interesse em Japão.:)

O irmão, Shingen e o kagemusha...
Cena inicial de "Kagemusha", em que um ator interpreta dois personagens.
Através dos mangás, é evidente que a História japonesa já foi retratada, da mesma forma...;)
Eu já falei de Vagabond, que conta a história de Miyamoto Musashi de forma romantizada, baseando-se em um romance de Eiji Yoshikawa sobre o mesmo personagem.
Agora, um dos mangás em que é mais evidente essa história de Era Meiji e batalhas de Restauração Meiji, é Samurai X - como ficou conhecido aqui no Brasil o mangá Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan ("Andarilho Kenshin: Crônicas de um Espadachim da Era Meiji"), ou só Rurouni Kenshin, de Nobuhiro Watsuki. Sim, o anime de Samurai X foi passado inicialmente pela Rede Globo em 1999 (evidentemente com a censura pegando pesado nos cortes das cenas de sangue...), depois passado e repassado pelo Cartoon Network. O mangá foi publicado pela editora JBC a partir de 2001. A verdade é que devido à época em que o anime foi passado, a qualidade da dublagem era péssima (com erros grosseiros de pronúncias dos nomes, por exemplo) e os cortes feitos, até hoje um problema evidente na exibição de animes aqui (e também nos EUA), constituem um fator que prejudicou seriamente o entendimento da história...
Parênteses: o próprio título sob o qual a história ficou conhecida no Ocidente é equivocado. Kenshin não é, e nunca foi um samurai. Ele era um retalhador, um assassino que lutava por uma milícia específica (a da Restauração), não por um daimyô. Provavelmente, na hora de transformar o anime em algo que pudesse ser vendido para e assimilado por ocidentais, as empresas resolveram colocar um "samurai" no título, a fim de que o público soubesse de cara "ah, então é japonês!"...>.<
Bem, a história fala sobre um andarilho (!) que costumava ser um cruel e eficiente retalhador nas batalhas da Restauração Meiji, lutando pelos monarquistas ou restauradores. Cortando o papo, vou colocar aqui o texto da primeira página do mangá nº 1 e explicar:
"Há 140 anos, quando Kyoto estava no centro do turbilhão caótico chamado Bakumatsu ('Final do Xogunato'), criado com a chegada dos Navios Negros, havia um paladino da Restauração chamado Battousai, o Retalhador.
,Battousai era o espadachim mais poderoso e retalhava pessoas promovendo verdadeiras carnificinas e limpando o caminho para uma nova era, a Era Meiji.
Mas logo depois do tumulto ele sumiu repentinamente.
Enquanto seu desaparecimento continua um mistério, o nome Battousai, o Retalhador, tornou-se uma lenda. E estas crônicas se iniciam no ano 11 da Era Meiji (1878), em Shitamachi, Tokyo..."
Ok! Lembrando que Kyoto era capital, e Bakumatsu é a maneira a que os japoneses se referem ao fim do Shogunato (sinônimo de bakufu, "governo militar"). Mas o que eram os Navios Negros (Kurobune)? Simplesmente, os navios estrangeiros. A expressão Battousai, embora não ficasse tão interessante se traduzida para o português, tem um significado: mestre no Battoujutsu, técnica de espada.
Bem, agora vamos ao mais interessante! O personagem Kenshin Himura, protagonista da história, foi baseado em um hitokiri (retalhador) de verdade, chamado Gensai Kawakami, considerado um dos quatro maiores Hitokiris do Bakumatsu. Na verdade, o mais frio e temível dentre os quatro. Uma coisa curiosa é que Gensai era descrito como sendo "baixinho, magro e gentil o bastante para ser confundido com uma mulher". Mas, na História com H maiúsculo, após a Restauração, o Retalhador se desentendeu com o governo (ele era xenófobo, e lembrem-se que a Era Meiji foi a era da ocidentalização...) e foi executado por um crime que não cometeu no 4º ano da nova era (1871). E é aí que entra a inventividade do autor de Rurouni Kenshin...:) Depois do próprio Kenshin, é bom observar a quantidade de ministros de verdade que aparecem na história. Assim como as mílicias importantes que apareceram no Bakumatsu, como a Shinsengumi (que lutava pela continuação do regime de Shogunato). Inclusive, um dos personagens principais, Hajime Saitou, foi integrante dessa milícia - embora, o autor do mangá tenha admitido que modificou bastante a personalidade dele para encaixá-lo à história... Bom, agora eu disse que ía complementar o que falei sobre "O Último Samurai". Na verdade, vou deixar que o próprio autor do mangá, Nobuhiro Watsuki, diga qual é a idéia (que aliás se aplica à praticamente toda História):
"Uma coisa que eu percebi: ultimamente, vejo algumas cartas dizendo 'eu adoro o Shinsengumi! Como eu odeio os Monarquistas!" e outras dizendo o contrário, como 'não acredito que pode ter gente que goste do Shinsengumi! Eles não foram nada mais do que cachorros a serviço do Shogunato!'. Por aí dá pra ver que tem pessoas que gostam só do Shogunato e odeiam os Monarquistas e outras que são fãs dos Monarquistas e detestam o Shogunato. Olha, pra ser sincero, eu acho que isso é um desperdício. Acho que o interessante desse período do fim do Shogunato e da Restauração Meiji não é o conflito entre facções e ideologias, mas sim o fato de que cada pessoa viveu esse período de acordo com o seu próprio ideal. (...) Peço para as pessoas que se interessaram por esse período da História do Japão ao lerem Rurouni Kenshin: tenham uma visão mais ampla para poderem aproveitar mais das histórias dessa época. Afinal, o fim do Shogunato e a Restauração Meiji só existiram porque existiram o Shogunato e os Monarquistas, certo?"

Dois integrantes da Shinsengumi contra o monarquista Battousai.
Hajime Saitou (da Shinsengumi) contra Kenshin Himura (da Restauração). Ao fundo, Souji Okita (Shinsengumi), que mestrou um estilo de luta aos 18 anos e morreu tuberculoso aos 25.
Assim concluo meu trabalho sobre História japonesa, século XIX no Japão, etc., etc., etc. Obviamente, só por conta da minha paixão pelo país e sua cultura extendi os posts além da conta e cansei os meus (não-)leitores. E falaria muito mais! Se minha consciência não gritasse que não vai dar tempo de postar sobre a próxima parte do projeto de história...xD
Mas fica pra outra.;)
Para encerrar, aqui vai a incursão INÚTIL do meu personagem favorito de Samurai X, Soujirou Seta (baseado, aliás, no personagem real de Souji Okita), assassinando outro personagem histórico, o Ministro do Interior no governo Meiji, Toshimichi Ookubo. Scanneado por mim!\o/

Seta Soujirou versus Toshimichi Ookubo!\o/
"Eu acho que uma pessoa que vai morrer agora não precisa se preocupar com o futuro do país."
Referências do Trabalho:

Sites
Samurai - Verbete da Wikipédia (Português).
Período Edo - Verbete da Wikipédia (Português).
Meiji do Japão - Verbete da Wikipédia (Português).
Akira Kurosawa - Verbete da Wikipédia (Português).
Ran (filme) - Verbete da Wikipédia (Português).
Os Sete Samurais (filme) - Verbete da Wikipédia (Português).
Ukiyo-e - Verbete da Wikipédia (Português).
Samurai X - Verbete da Wikipédia (Português).
Sonhos (filme) - Verbete da Wikipédia (Português).
Shogun (livro) - Verbete da Wikipédia (Inglês).
Rashomon (filme) - Verbete da Wikipédia (Inglês).
Yojimbo (filme) - Verbete da Wikipédia (Inglês).
Kagemusha (filme) - Verbete da Wikipédia (Inglês).
Japan Corner - Imagem das japonesas ao piano, informações.
Nippo Brasil - Linha do tempo, informações sobre História.
Made in Curitiba - Informações sobre Musashi.
História do Japão - Simplesmente de onde tirei 80% do material desse blog, altamente recomendado!
Japão Online - História do Japão, cultura japonesa...
Bushido - Figuras e informações sobre kamikazes e sobre o ukiyo.
3yen - Figura linda do castelo de Osaka na primavera...^^
GivernyNews - Pinturas de Hiroshige e Van Gogh.
The Last Samurai at IMDB - Ficha técnica, atores, curiosidades, etc. Em inglês.
Shogun at IMDB - Ficha técnica, atores, curiosidades, etc. Em inglês.

Material Impresso
- Fundação Victor Civita. "Grande Enciclopédia Larousse Cultural Vol. 14"; págs. 3305-3316. 1995: Nova Cultural.
- WATSUKI, Nobuhiro. "Rurouni Kenshin Vol. 1", pág. 7. 2001: Japan Brazil Communication (JBC).
- WATSUKI, Nobuhiro. "Rurouni Kenshin Vol. 8", pág. 55. 2001: Japan Brazil Communication (JBC).
- WATSUKI, Nobuhiro. "Rurouni Kenshin Vol. 14", pág. 81. 2001: Japan Brazil Communication (JBC).

Na próxima edição, a primeira etapa da próxima tarefa: elaboração de uma personagem para incluir em um romance histórico... Ou algo assim (!)...
Jaa!o/

sábado, 19 de maio de 2007

O Japão e o Século XIX (III)

Ainda não acabamos!
Só mais um pouquinho...
Bem, chegamos na Era Meiji, o verdadeiro século XIX no Japão.
Como vimos, o poder foi devolvido ao Imperador. Nessa época, muitas mudanças ocorreram, porque agora os portos estavam abertos ao mundo ocidental e, conseqüentemente, às ideologias e tecnologias do outro lado do mundo.
Foram abolidos os feudos e estabelecidas as províncias. O Liberalismo foi introduzido, e ocorreu a tripartição do poder (Legislativo, Judiciário e Executivo foram criados); o serviço militar não era mais um "privilégio" de nobres, mas uma obrigação de todos os cidadãos japoneses. Foram criadas escolas, e o curso primário se tornou obrigatório. Os movimentos democráticos começaram a surgir - agora que o Japão tinha tido contato com essas idéias de direitos do cidadão -, e, embora inicialmente abafados, logo o governo foi forçado a promulgar uma Constituição (1889), ainda que, curiosamente, ela concedesse plenos poderes ao Imperador...

Mutsuhito, interpretado por Nakamura Shichinosuke.:)
O Imperador Meiji... Ahn, bem... Pelo menos em "O Último Samurai"!xD
Em relação a costumes particularmente nipônicos, também houve uma grande modificação, já que havia um grande desejo, por parte de muitos, de ocidentalizar o Japão... Como por exemplo a proibição do uso de espadas; só quem podia portá-las eram os policiais, e olhe lá... Andar a cavalo, algo que somente nobres podiam fazer, ficou liberado para toda a população. O sobrenome, antes exclusividade dos samurais, foi adotado por toda a população a mando do governo. Também sob ordem do dito-cujo, a população masculina foi obrigada a cortar o cabelo (ao invés de andar com aquele corte bizarríssimo dos samurais...), no melhor estilo Colégio Militar ("vai cortar esse cabelo, aluno!"=D). A servidão acabou, e leis rigorosas sobre a compra e venda de seres humanos entraram em vigor. O casamento entre classes diferentes e até estrangeiros e nipônicos ficou liberado. Houve até quem defendesse de forma ferrenha o "cruzamento com estrangeiros" (que coisa mais animalesca, cá entre nós!o.õ) como forma de melhoramento da raça nipônica...:O

Japonesas e um piano.
Mulheres japonesas ocidentalizadas.
Em termos de tecnologia, ocorreu a industrialização do arquipélago; isso, aliás, foi uma das razões pela qual o Japão, atrás de matéria-prima e mercado, meteu-se em conflitos com a China e com a Rússia nesse período. O telégrafo, as estradas de ferro, o trem e o lampião a querosene (protagonista de muitos incêndios...) foram introduzidos na vida do povo japonês. Casas e roupas em estilo europeu foram produzidas em solo nacional, a fim de atrair atenção e respeito dos estrangeiros e familiarizar a própria população com aquele contato.
A Medicina, nas áreas de nutrição, bacteriologia e medicina preventiva, avançou consideravelmente com as pesquisas realizadas por cientistas da Terra do Sol Nascente. A Sismologia foi uma das áreas mais desenvolvidas, afinal, todo mundo sabe que em matéria de vulcão, terremoto e coisas do gênero, o Japão é PhD...;)

Versão Japonesa!
"Pessoas Surpreendidas pela Chuva sobre a Ponte", de Hiroshige.
A Arte... sim, a arte! Na abertura dos portos, a difusão da cultura ocidental dentro do país foi grande... Mas e para fora do arquipélago? A Europa descobriu o Japão artisticamente; tanto que criou-se um movimento na França e territórios europeus: o Japonismo. O Japonismo foi favorecido pelas Exposições Internacionais de 1862 (em Londres), de 1867 e 1878 (em Paris), feiras que traziam a cultura desse país pela arte. O ukiyo-e e outras técnicas de pintura e gravura japonesas tornaram-se populares através de estampas de leques, cerâmicas e tecidos, além dos próprios desenhos em si. Aliás, o movimento Art Nouveau (comentado pelo Couto), teve bases também na arte gráfica japonesa.
Muitos artistas europeus acabaram influenciados pela arte nipônica, inclusive aquele que a sora parece adorar: Vincent Van Gogh...:D

Versão Européia!
"Ponts Sous La Pluie", de Van Gogh. Com kanjis inventados pelo artista...xD
Bem, falta só mais UMA postagem sobre o assunto, que no caso tem a enorme quantidade de fontes de pesquisa utilizadas, além de um complemento sobre como a Era Meiji (e a história do Japão em si) já foi abordada pelo Cinema e pela Literatura...;)
Jaa!o/